BARREIRAS CULTURAIS À COMUNICAÇÃO EFETIVA
A comunicação (derivada da palavra latina "communis" – para compartilhar, para participar) é a atividade de transmitir informações por meio da troca de pensamentos, mensagens ou informações. Mais especificamente, é o processo pelo qual os significados são percebidos e a compreensão é alcançada entre as pessoas. O objetivo da comunicação varia. Nos comunicamos para expressar nossas emoções e atitudes, para dar nossas ideias e opiniões para obter informações, entreter, construir relacionamentos. As comunicações têm duas partes: um remetente e um receptor. O remetente tem uma mensagem que ele ou ela pretende transmitir e coloca em palavras e comportamentos. O receptor deve então decodificar as palavras e o comportamento – os símbolos – de volta para uma mensagem que tenha significado para ele/ela.
O termo "comunicação intercultural" implica interação com pessoas de diferentes contextos culturais, étnicos, raciais, de gênero, de orientação sexual, religiosos e de classe. O alcance da comunicação intercultural é extremamente amplo. É um campo de estudo multidisciplinar com raízes em antropologia, sociologia, psicologia e linguística, entre outras disciplinas.
Devido às conquistas tecnológicas e científicas, já não existem limites. Pode-se chegar ao ponto oposto do mundo em um piscar de olhos. E neste ambiente global, cada vez mais somos obrigados a entender pessoas que vêm de países e culturas diferentes das nossas. Assim, neste novo mundo, a boa comunicação intercultural é vital para a política, a economia e a ciência de uma nação. Para melhorar nossas práticas de comunicação, primeiro é necessário compreender os obstáculos que dificultam a comunicação efetiva. As barreiras mais comuns que evitam que a mensagem chegue ao receptor incluem-se física, verbal, linguagem, e psicológica. A comunicação efetiva com pessoas de diferentes culturas (ou seja, comunicação interculturais) é especialmente desafiadora. Se procuramos entender um povo, temos que tentar colocar-nos, na medida do possível, nesse contexto histórico e cultural específico. Por isso, conhecer uma língua estrangeira não significa que a pessoa possa se comunicar efetivamente. Para isso é necessário um bom conhecimento cultural.
O que é cultura? A cultura é o valor compartilhado, atitudes e comportamentos de uma comunidade que são passados de uma geração para outra. O National Center for Cultural Competence define a cultura como um "padrão integrado de comportamento humano que inclui pensamentos, comunicações, línguas, práticas, crenças, valores, costumes, cortesias, rituais, modos de interação e papéis, relacionamentos e comportamentos esperados de uma raça, Grupo étnico, religioso ou social; E a capacidade de transmitir o acima para gerações sucessivas". A cultura molda a visão de mundo e a identidade de uma pessoa. Fornece às pessoas formas de pensar – formas de ver, ouvir e interpretar o mundo.
Quando o remetente de uma mensagem vem de uma cultura e do receptor de outra, as chances de transmitir com precisão uma mensagem são baixas, pois a tradução de significados em palavras e comportamentos, e de volta aos significados, é baseada nos antecedentes culturais de uma pessoa. Uma pessoa age de acordo com os valores e normas de sua cultura – outra pessoa que tenha uma visão de mundo diferente pode interpretar seu comportamento de uma perspectiva oposta. Quanto maiores às diferenças entre as culturas do remetente e do receptor, maiores são as chances de falta de comunicação entre culturas. A comunicação intercultural envolve continuamente a possibilidade de mal-entendidos causados por percepção errônea, má interpretação e desvalorização.
A percepção é o processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam e avaliam fenômenos. Percebemos as coisas de acordo com o que fomos treinados para ver, de acordo com a nossa experiência cultural. Por exemplo, para crianças da China e dos Estados Unidos foram exibidas fotos de uma vaca, uma galinha e uma grama e foram convidados a agrupar essas fotos. Os americanos provavelmente agrupariam o frango e a vaca como "animais". As crianças chinesas preferiram agrupar objetos com base em relacionamentos. Eles agruparam a vaca e a grama juntos porque "as vacas comem grama". Assim, quando os representantes de culturas diferentes se encontram, podem enfrentar mal-entendidos devido a tais diferenças de percepção.
A interpretação ocorre quando um indivíduo dá sentido às observações e seus relacionamentos; É o processo de fazer sentido das percepções. Com base em nossa experiência, fazemos suposições sobre nossas percepções para que não tenhamos que redescobrir significados cada vez que comparamos em uma situação similar. A cultura influencia fortemente, e em muitos casos determina, nossas interpretações. A interpretação incorreta pode ser causada por percepções imprecisas de uma pessoa ou situação que surgem quando o que realmente existe não é visto. As fontes de interpretação errônea entre culturas incluem "persianas" culturais subconscientes, como falta de autoconsciência cultural, similaridade projetada. Por exemplo: um negociante canadense que realiza negócios no Kuwait fica surpreso quando sua reunião com um oficial de alto escalão não é realizada em um escritório fechado e é constantemente interrompida. Usando os pressupostos culturais baseados no Canadá que: (a) pessoas importantes têm grandes escritórios privados com secretários para monitorar o fluxo de pessoas no escritório; e (b) negócios importantes têm precedência sobre negócios menos importantes e, portanto, não são interrompidos, o canadense interpreta o escritório aberto do Kuwait, e constantes interrupções, para significar que o funcionário não é tão alto nem tão interessado em conduzir o negócio em mãos como já havia pensado anteriormente. A interpretação canadense do ambiente de escritório leva-o a perder o interesse em trabalhar com o Kuwait.
Ainda mais do que percepção e interpretação, o condicionamento cultural afeta fortemente a avaliação. A avaliação envolve julgar se alguém ou algo é bom ou ruim. Transculturalmente, usamos nossa própria cultura como padrão de medida, julgando o que é como a nossa própria cultura, como normal e bom, e isso, diferente da anormal e do ruim (ADLER e ALLISON, 2008. p. 73).
Os estilos de comunicação diferem de cultura para cultura. Por exemplo, a boa comunicação do estilo americano é dizer o que você quer dizer com precisão, da maneira mais direta possível. Seja direto, chegue ao ponto, diga qual é a linha inferior. Para outras culturas, esse estilo é rude, abrasivo e autocentrado. Muitas culturas, também armênias, fazem grandes esforços para não serem diretas. Nessas culturas, "sim" pode significar "não", "talvez", ou mesmo "temos que pensar um pouco mais sobre isso e não queremos cair com você". Os comunicadores diretos, como os americanos em geral, consideram essa indireta enganosa, de duas faces e sem integridade.
Cada cultura possui suas próprias formas de comunicação verbal (comunicação por meio do uso de fala) e não verbal (postura corporal, gestos de mão, expressões faciais, contato visual, espaço pessoal, e contatos). Cores, números, imagens, cheiro e silêncio são percebidos de forma diferente em diferentes culturas. Mesmo o tempo e o espaço são únicos para cada cultura.
Em relação à comunicação verbal, cada linguagem tem suas próprias características, tais como: entonação, tom de voz, pronúncia, velocidade, gramática, estrutura de sentença, tempo. Por exemplo, alguns americanos brancos tipicamente consideram a voz elevada para ser um sinal de que uma luta começou, enquanto alguns negros americanos, judeus e italianos geralmente sentem que um aumento no volume é um sinal de uma conversa emocionante entre os amigos. Então, os americanos encontrarão agressão no discurso comum dos italianos.
As mesmas palavras podem significar coisas diferentes para pessoas de diferentes culturas, mesmo quando falam o "mesmo" idioma. Aqui está um exemplo que ilustra o acima mencionado. Uma vez que um americano convidou seu amigo britânico para o lugar dele. Ele disse-lhe para colocar o seu "colete e calça". Quando o inglês veio ao seu lugar, os convidados ficaram surpresos ao ver um homem vestido para um jogo de tênis. O inglês que estava muito chateado com essa situação sussurrou: "Mas você me disse para vestir meu "colete e calça!". O fato é que "colete e calça" em inglês americano significa um tipo de terno formal. Infelizmente, como é o caso na maioria das falhas de comunicação, nem o remetente nem o receptor estavam plenamente conscientes do que havia dado errado e por quê.
Ao usar um idioma como um segundo, as pessoas podem enfrentar uma série de dificuldades relacionadas a: sotaque estrangeiro, diferença na estrutura das orações, diferenças de vocabulário e significado, uso de jargão e gíria. O significado pretendido de uma mensagem muitas vezes não é claro e deve ser realizado a partir de um conhecimento compartilhado sobre o mundo e a linguagem. É por isso que é difícil entender o significado de um humor, uma piada e um sarcasmo em uma língua estrangeira (BROWN e EISTERHOLD, 2004. p. 55).
Na comunicação intercultural, deve-se levar em consideração o fato de que cada língua tem suas palavras e frases específicas de cultura, pode-se ou mesmo dizer em determinadas situações e que essas palavras e frases podem parecer bastante estranhas às pessoas de outras culturas. "Quebre uma perna!" Uma expressão estranha que significa: "Boa sorte", entre atores americanos. Mesmo estranho é a expressão alemã: "Quebre seu pescoço e sua perna!", usado quando desejando boa sorte. Há também palavras e expressões que denotam coisas materiais culturalmente específicas (por exemplo, objetos geográficos, itens etnográficos, nomes sociais e políticos). Eles são explicitamente culturalmente marcados e únicos, geralmente sem equivalentes em outras línguas.
Os mal-entendidos e erros podem resultar na falta de reconhecimento e compreensão de muitas formas de comunicação não-verbal. Gestos semelhantes e expressões faciais são frequentemente utilizados de forma diferente em culturas. Geralmente, não há gestos universais. Como um exemplo simples, mas potencialmente desastroso, podemos observar o seguinte: assentir a cabeça para cima e para baixo na Bulgária significa "não", não "sim". Um gesto pode significar algo complementar em uma cultura, mas é altamente ofensivo em outra. “Curling”, o dedo indicador, ou quatro dedos em direção a alguém como um gesto de convidar alguém para se aproximar, pode ser confundido com "adeus" no sul da Europa. Em algumas culturas curling, o dedo indicador, tem uma conotação muito rude e é usado apenas para apontar objetos inanimados ou para atrair cachorros. Aqui está um exemplo interessante de falta de comunicação entre culturas. Em um país estrangeiro, um homem visitou um restaurante local. Ele não falou sua língua. Ele ordenou algo do menu. Quando o garçom lhe trouxe um prato de deliciosos macarrão frito, ele sorriu e fez um sinal de “OK” para o garçom, com o polegar e o dedo indicador ligados em um círculo. Olhando com raiva, o garçom pegou o prato e o jogou no colo. O que ele fez de errado, ele se perguntou. A razão era que o mesmo gesto de mão significava um insulto pessoal nessa cultura.
Mesmo o significado de um sorriso não é universal. Enquanto os americanos sorriem livremente para estranhos, na Rússia isso é considerado estranho e até mesmo descortês. Nas culturas asiáticas, um sorriso não é necessariamente uma expressão de alegria e amizade, mas pode ser usado para transmitir dor e constrangimento. Se um filipino sorri, eles dizem que está com raiva. Para muitos escandinavos, um sorriso ou qualquer expressão facial usada para transmitir emoções é atípico porque é considerado uma fraqueza para mostrar emoções.
Cores de roupa, produtos, embalagens ou presentes enviam mensagens intencionais ou não intencionais quando as pessoas se comunicam culturalmente. Algumas cores têm um certo significado – o verde é considerado uma cor especial no Islã, enquanto os homens em Hong Kong evitam o verde por causa da expressão cantonesa "Ele está vestindo um chapéu verde", o que significa que "Sua esposa o está traindo". Os números pares podem ter sorte e desafortunados. Na cultura chinesa, o número oito é muito afortunado, pois, nesta língua a palavra para oito soa muito perto da palavra prosperidade. Enquanto 4 aqui [na Armênia], é um número desafortunado, uma vez que esta palavra parece a palavra "morte". Nos EUA ou no Reino Unido, 13 é um número desafortunado, é por isso que, nesses países, muitos hotéis não têm um quarto 13 ou um 13º andar.
As atitudes em relação ao contato visual são diversas em diferentes culturas. Nos EUA, no Reino Unido e em grande parte do norte da Europa, o contato visual forte e direto transmite confiança e sinceridade. Na América do Sul é um sinal de confiabilidade. No entanto, em algumas culturas, como o japonês, o contato prolongado com os olhos é considerado rude e geralmente é evitado.
Diferentes culturas têm regras diferentes sobre o toque. O mesmo toque de sexo e mão na China, Japão, Nepal, Arábia Saudita e Armênia também é aceitável, no entanto, o toque entre os diferentes sexos é um tabu. Nos EUA e em algumas culturas europeias, o uso do mesmo sexo pertence à desorientação sexual. Nas culturas budistas, por exemplo, a cabeça é considerada sagrada, então nunca se deve tocar a cabeça de ninguém.
O uso do silêncio varia de cultura para cultura também. As culturas ocidentais são de grande valor socializando e conversando com os outros, compartilhando ideias e experiências. Outras culturas consideram o silêncio mais significativo. De acordo com um provérbio oriental – "É o pato que grita que é atingido", o silêncio é uma maneira de evitar conflitos e embaraços. Em resposta à pergunta: "Você vai se casar comigo?", o silêncio em inglês seria interpretado como incerteza, em japonês como aceitação, na cultura Igbo, seria percebida como uma negação se a mulher continuasse a ficar ali e como aceitação se ela fugir. Assim, o silêncio não significa "nada", mas tem significados diferentes em culturas diferentes.
As expressões metafóricas para os conceitos de passado e futuro que utilizam conceitos espaciais variam de cultura para cultura. Muitas línguas usam o eixo da frente para trás para a metáfora do passado e do futuro, como em expressões inglesas, como "futuro brilhante está à nossa frente", "tempos difíceis estão atrasados". Em contraste, uma língua falada nos Andes chilenos – Aymara, se refere ao futuro, como algo invisível, portanto, nas costas e no passado, como algo já visto, portanto, na frente. Uma vez que um orador de Ayamara falando sobre passado e futuro (em espanhol) produziu gestos com movimento para a frente, como ele disse, "velhos tempos", e depois apontou para trás sobre o ombro como ele disse, "futuro". Os ouvintes, que tinham outra ideia de tempo, ficaram confusos.
Os estereótipos dificultam a comunicação efetiva com muita frequência. Um estereótipo é um pensamento adotado sobre tipos específicos de indivíduos, culturas ou nacionalidades. Aqui estão vários exemplos de como diferentes nacionalidades são estereotipadas no mundo. Os americanos são estereotipados como pessoas muito amigáveis, informais, generosas, otimistas e trabalhadoras. Mas, ao mesmo tempo, existem muitos estereótipos negativos retratando-os como extremamente materialistas, ignorantes de todos os países e culturas, além de seus próprios, obesos, racistas, armadores de armas (ou seja, violentos), sem história e tradições, arrogantes, acreditando no paranormal, ou fenômenos sobrenaturais, e querendo ser os policiais do mundo. A compreensão estereotipada da Rússia é que é um país distante e nevado, onde se deve usar um furcoat e valenki (as botas de feltro), as pessoas não fazem nada além de beber vodka e tocar balalaikas, enquanto os ursos estão deixando suas casas florestais para caminhar pelas ruas da aldeia. E, finalmente, quando alguém é convidado a descrever um armênio, a primeira característica que vem à mente é o seu nariz grande, é claro. Os armênios, por um lado, são estereotipados como sangue quente, com voz alta e às vezes até mesmo astutos e, por outro lado, são conhecidos como pessoas muito hospitaleiras, generosas e trabalhadoras. Deve ter cuidado com os seus próprios estereótipos que o cegam para a verdadeira natureza de outros indivíduos.
Ao comunicar-se, deve-se prestar atenção à saudação, ao endereçamento, às compras de presentes e ao jantar, aos estilos de negociação, que variam de cultura para cultura. Em geral, um aperto de mão é uma maneira apropriada de dizer “Oi”. No entanto, em algumas culturas onde a mão esquerda é considerada impura, o aperto de mão com a mão esquerda é ofensivo. Em algumas culturas, um aperto de mão não é apropriado entre os gêneros. Deve levar em consideração a forma como as pessoas devem ser endereçadas – pelo primeiro nome, sobrenome ou título. Por exemplo, um armênio pode parecer grosseiro para os americanos, como geralmente não se diz "por favor" e "obrigado". Ou ele pode ser visto como muito formal, pois ele tem dificuldade em chamar as pessoas pelo seu primeiro nome, já que os armênios preferem usar os termos Sr., Sra., Senhorita, (պարոն, օրիորդ, տիկին) e até tia e tio (մորաքույր , Քեռի) para crianças. Quando eles se apresentam, seus sobrenomes (nomes de família) geralmente são usados primeiro, seguidos de seu próprio nome.
Para se comunicar entre culturas de forma mais eficaz, deve-se ter consciência de mensagens não-verbais, assistir o contato visual, ouvir sem interromper, falar devagar, enunciar e evitar expressões idiomáticas. As pessoas podem prevenir conflitos interculturais aprendendo sobre culturas com as quais eles entram em contato, para poder se adaptar e integrar – dizer e fazer as coisas à maneira das pessoas da cultura, entender a cultura em seus próprios termos usando seus próprios poderes de análise e comparação cultural, para reconhecer e gerenciar os altos e baixos emocionais, envolvidos no processo de aprendizagem cultural. Mas, para todos esses aprendizes que precisam entender a si próprios e sua própria cultura, como meio de compreender, se adaptar ou se integrar à cultura. Este conhecimento pode ser obtido por meio de programas de treinamento, leitura geral, conversação com pessoas de diferentes culturas e aprendendo com experiências passadas (MORAN, 2001. p. 15).
Assim, o caminho para uma comunicação intercultural efetiva é longo, mas, não difícil. É essencial lembrar sempre que não há sinais certos ou errados, apenas diferenças culturais. A falta de consciência cultural levará à desarmonia entre pessoas de diferentes culturas e poderá causar ofensas. A resolução de mal-entendidos culturais pode limpar o ar, ou mesmo levar ao riso.
REFERÊNCIAS
ADLER, N. J.; ALLISON, G. International Dimensions of Organizational Behavior. Cengage Learning, 2008, p. 73.
BROWN, S.; EISTERHOLD, J. Topics in Language and Culture for Teachers. University of Michigan Press, 2004, p. 55.
MORAN, P. Teaching Culture: Perspectives in Practice, Canada, Heinle ELT, 2001, p.15.
Fonte para referência:
GHAZARYAN, Gohar. Barreiras culturais à comunicação efetiva. Erevan (Armênia), enviado em: 02 jul.; publicado em: 02 jul. João Lisboa: AJL, 2017. Traduzido por: José Ribeiro da Silva Júnior. Título original: Cultural barriers to effective communication.
Texto original:
CULTURAL BARRIERS TO EFFECTIVE COMMUNICATION
Communication (derived from the Latin word “communis” - to share, to participate) is the activity of conveying information through the exchange of thoughts, messages, or information. More specifically, it is the process by which meanings are perceived and understanding is reached among people. Purpose of communication varies. We communicate to express our emotions and attitudes, to give our ideas and opinions to get information, to entertain, to build relationships. Communications have two parts: a sender and a receiver. The sender has a message he or she intends to transmit and puts it in words and behavior. The receiver must then decode the words and behavior - the symbols - back into a message that has meaning for him/her.
The term “cross-cultural communication” implies interaction with persons of different cultural, ethnic, racial, gender, sexual orientation, religious, and class backgrounds. The scope for cross-cultural communication is extremely wide. It is a multidisciplinary field of study with roots in anthropology, sociology, psychology, and linguistics, among other disciplines.
Due to technological and scientific achievements, there are no boundaries any longer. One can reach the opposite point of the world in a twinkle of an eye. And in this global environment, more and more of us are required to understand people who come from countries and cultures different from our own. Thus, in this new world, good cross-cultural communication is vital to a nation’s politics, economy, and science. To improve our communication practices, it is first necessary to understand the obstacles that hinder effective communication. The most common barriers which prevent the message from reaching the receiver include physical, verbal, language, psychological. Effective communication with people of different cultures (i.e. cross-cultural communication) is especially challenging. If we seek to understand a people, we have to try to put ourselves, as far as we can, in that particular historical and cultural background. Hence, knowing a foreign language does not mean yet that one will be able to communicate effectively. For this good cultural knowledge is necessary.
What is culture? Culture is a community’s shared values, attitudes, behaviors that are passed from one generation to the next. The National Center for Cultural Competence defines culture as an “integrated pattern of human behavior that includes thoughts, communications, languages, practices, beliefs, values, customs, courtesies, rituals, manners of interacting and roles, relationships and expected behaviors of a racial, ethnic, religious or social group; and the ability to transmit the above to succeeding generations”. Culture shapes a person's world view and identity. It provides people with ways of thinking - ways of seeing, hearing, and interpreting the world.
When the sender of a message comes from one culture and the receiver from another, the chances of accurately transmitting a message are low as translating meanings into words and behaviors and back again into meanings is based on a person’s cultural background. A person acts according to the values and norms of his or her culture - another person holding a different world view might interpret his or her behavior from an opposite perspective. The greater the differences between the sender's and the receiver's cultures, the greater the chance for cross-cultural miscommunication. Cross-cultural communication continually involves possibility of misunderstandings caused by misperception, misinterpretation and misevaluation.
Perception is the process by which people select, organize, and evaluate phenomena. We perceive things according to what we have been trained to see, according to our cultural experience. For example, children from China and the United States were shown pictures of a cow, a chicken and grass and were asked to group these pictures. The Americans would more likely group the chicken and cow together as “animals”. The Chinese children preferred to group objects on the basis of relationships. They grouped the cow and grass together because “cows eat grass”. Thus when representativesof different cultures meet they might face misunderstandings because of such differences in perception.
Interpretation occurs when an individual gives meaning to observations and their relationships; it is the process of making sense out of perceptions. Based on our experience, we make assumptions about our perceptions so we will not have to rediscover meanings each time we appear in a similar situation. Culture strongly influences, and in many cases determines, our interpretations. Misinterpretation can be caused by inaccurate perceptions of a person or situation that arise when what actually exists is not seen. Sources of cross-cultural misinterpretation include subconscious cultural "blinders" as lack of cultural self-awareness, projected similarity. For example: A Canadian conducting business in Kuwait is surprised when his meeting with a high ranking official is not held in a closed office and is constantly interrupted. Using the Canadian-based cultural assumptions that (a) important people have large private offices with secretaries to monitor the flow of people into the office, and (b) important business takes precedence over less important business and is therefore not interrupted, the Canadian interprets the Kuwaiti's open office and constant interruptions to mean that the official is neither as high ranking nor as interested in conducting the business at hand as he had previously thought. The Canadian's interpretation of the office environment leads him to lose interest in working with the Kuwaiti.
Even more than perception and interpretation, cultural conditioning strongly affects evaluation. Evaluation involves judging whether someone or something is good or bad. Cross-culturally, we use our own culture as a standard of measurement, judging that which is like our own culture as normal and good, and that, which is different as abnormal and bad. [1]
Communication styles differ from culture to culture. For example, good communication American style is to say what you mean precisely, in as straightforward a manner as possible. Be direct, get to the point, say what the bottom line is. For other cultures, this style is rude, abrasive and self-centered. Many cultures, Armenian as well, go to great lengths not to be direct. In these cultures “yes” can mean “no”, “maybe”, or even “we've got to think a little more about this and we don't want to fall out with you.” Direct communicators like Americans in general, consider this indirectness deceptive, two-faced and lacking in integrity.
Each culture has its own ways of verbal (the communication by using speech) and non - verbal (body posture, hand gestures, facial expressions, eye contact, personal space, touching behavior) communications. Colours, numbers, images, smell and silence are perceived differently in different cultures. Even time and space are unique to each culture.
Regarding to verbal communication, each language has its own characteristics, such as: intonation, pitch of voice, pronunciation, speed, grammar, sentence structure, tense. For instance, some white Americans typically consider raised voice to be a sign that a fight has begun, while some black Americans, Jewish and Italian people often feel that an increase in volume is a sign of an exciting conversation among friends. So Americans will find aggression in common speech of Italians.
The same words can mean different things to people from different cultures, even when they talk the "same" language. Here is an example which illustrates the above said. Once an American invited his British friend to his place. He told him to put on his “vest and pants”. When the Englishman came to his place, the guests were surprised to see a man dressed for a game of tennis. The Englishman who was very upset by this situation, whispered: “But you told me to put on my “vest and pants!”. The fact is that “vest and pants” in American English means a kind of formal suit. Unfortunately, as is the case in most miscommunication, neither the sender nor the receiver was fully aware of what had gone wrong and why.
When using a language as a second one, people may face up to a number of difficulties related to: foreign accent, difference in sentence structure, differences in vocabulary and meaning, use of jargon and slang. The intended meaning of a message is often unclear and it should be realized from a shared knowledge about the world and the language. That’s why it’s difficult to catch the meaning of a humour, joke, and sarcasm in a foreign language. [2] In cross-cultural communication one should take into consideration the fact that each language has its culture-specific words and phrases one can, or even should say in certain situations and that these words and phrases may seem rather strange to people from other cultures. “Break a leg!” A strange expression which means: “Good luck!” among American actors. Even stranger is the German expression “Break your neck and your leg!” used when wishing good luck. There are also words and expressions which denote culturally specific material things (e.g. geographic objects, ethnographic items, social and political names). They are explicitly culturally marked and unique, generally without equivalents in other languages.
Misunderstandings and blunders can be resulted by failing to recognize and understand many forms of non-verbal communication. Similar gestures and facial expressions are often used differently across cultures. Generally, there are no universal gestures. As a simple but potentially disastrous example we can observe the following: nodding the head up and down in Bulgaria means “no”, not “yes”. A gesture may mean something complimentary in one culture, but is highly offensive in another. Curling the index finger, or four fingers toward someone as a gesture of inviting somebody to come closer, can be mistaken for ‘good bye’ in southern Europe. In some cultures curling the index finger has very rude connotation and is used only for pointing at inanimate objects or to beckon dogs. Here is an interesting example of cross-cultural miscommunication. In a foreign country, a man visited a local restaurant. He didn’t speak their language. He ordered something of the menu. When the waiter brought him a plate of delicious looking fried noodles, he smiled and made an OK sign at the waiter with his thumb and forefinger linked in a circle. Looking angry, the waiter then picked up the dish and threw it to his lap. What he did wrong, he wondered. The reason was that the same hand gesture meant a personal insult in that culture.
Even the meaning of a smile is not universal. While Americans smile freely at strangers, in Russia this is considered strange and even impolite. In Asian cultures a smile isn't necessarily an expression of joy and friendliness but it can be used to convey pain and embarrassment. If a Filipino smiles, they say he is angry. For many Scandinavians a smile or any facial expression used to convey emotions is untypical because it is considered a weakness to show emotions.
Colours of clothing, products, packaging, or gifts send intended or unintended messages when people communicate cross-culturally. Some colours have certain significance - green is considered a special colour in Islam while men in Hong Kong avoid green because of the Cantonese expression “He’s wearing a green hat,” which means “His wife is cheating on him”. Even numbers can be lucky and unlucky. In Chinese culture the number eight is very lucky since in this language the word for eight sounds very close to the word for prosperity. While 4 here is an unlucky number since this word sounds like the word for “death”. In the USA or UK 13 is un unlucky number, that's why in these countries many hotels do not have a room 13 or a 13th floor.
Attitudes toward eye contact are various in different cultures. In the US, UK and much of northern Europe, strong, direct eye contact conveys confidence and sincerity. In South America it is a sign of trustworthiness. However, in some cultures such as the Japanese, prolonged eye contact is considered rude and is generally avoided.
Different cultures have different rules about touch. Same sex touch and hand holding in China, Japan, Nepal, Saudi Arabia and Armenia as well, is acceptable, however touch among different sexes is a taboo. In the USA and some European cultures same sex hand-holding pertains to sexual disorientation. In Buddhist cultures, for instance, the head is considered sacred, so one must never touch anyone’s head.
The use of silence varies from culture to culture as well. Western cultures such highly value socializing and talking to others, sharing ideas and experiences. Other cultures consider silence to be more meaningful. According to an Eastern proverb - “It is the duck that squawks that gets shot”, silence is a way to avoid conflict and embarrassment. In response to the question: “Will you marry me?” silence in English would be interpreted as uncertainty, in Japanese as an acceptance, in Igbo culture it would be perceived as a denial if the woman continues to stand there and as acceptance if she runs away. Thus silence doesn’t mean “nothing”, but it has different meanings in different cultures.
Metaphorical expressions for the concepts of past and future that use spatial concepts vary from culture to culture. Many languages use the front-back axis for the metaphor of past and future, as in English expressions such as ‘bright future is ahead of us’, ‘difficult times are behind us’. In contrast a language spoken in Chilean Andes – Aymara, refers to future, as something invisible, hence, in the back and to past, as something already seen, hence, in the front. Once an Ayamara speaker talking about past and future (in Spanish) produced gestures with forward movement as he said, “old times”, and then pointed backwards over the shoulder as he said, “future”. The listeners, who had another idea of time, were confused.
Stereotypes hinder effective communication very often. A stereotype is a thought adopted about specific types of individuals, cultures or nationalities. Here are several examples of how different nationalities are stereotyped in the world. Americans are stereotyped as very friendly, informal, generous, optimistic and hard working people. But at the same time there are many negative stereotypes portraying them as extremely materialistic, ignorant of all countries and cultures beyond their own, obese, racist, gun-loving (i.e. violent), lacking history and traditions, arrogant, believing in the paranormal or supernatural phenomena and wanting to be the world's policemen. The stereotypical understanding of Russia is that it is a faraway, snowy country, where one must wear a furcoat and valenki (felt boots), people do nothing but drink vodka and play balalaikas, while bears are leaving their forest homes to go walking down village streets. And finally, when someone is asked to describe an Armenian, the first feature that comes to mind is his big nose, of course. Armenians, on the one hand, are stereotyped as hot-blooded, loud-voiced and sometimes even cunning, and on the other hand, they are known as very hospitable, generous and hard-working people. One should beware of his own stereotyping blinding him to the true nature of other individuals.
While communicating one should pay attention to greeting, addressing, gift-giving and dining etiquettes, negotiation styles, which all vary from culture to culture. In general, a handshake is an appropriate way of saying hello. However, in some cultures where the left hand is considered unclean, handshaking with the left hand is offensive. In some cultures a handshake is not appropriate between genders. One should take into consideration how people should be addressed- by first name, surname or title. For example, an Armenian may seem rude to Americans, as he does not generally say “please” and “thank you”. Or he may be seen as too formal, as he finds it hard to call people by their first name, as Armenian people prefer to use the terms Mr, Mrs, Miss, (պարոն, օրիորդ, տիկին) and even Aunt and Uncle (մորաքույր, քեռի) for children. When they introduce themselves, their surnames (family names) are often used first, followed by their own name.
To communicate across cultures more effectively one should be conscious of non-verbal messages, watch eye contact, listen without interrupting, speak slowly, enunciate and avoid idioms. People can prevent cross-cultural conflicts by learning about cultures that they come in contact with, in order to be able to adapt and integrate into it - to say and do things in the manner of the people of the culture, understand the culture on its own terms by using their own powers of cultural analysis and comparison, to recognize and manage the emotional highs and lows involved in culture learning process. But for all these learners need to understand themselves and their own culture as a means to comprehending, adapting to, or integrating into the culture. This knowledge can be obtained through training programs, general reading, talking to people from different cultures, and learning from past experiences. [3]
Thus the path to effective cross-cultural communication is long but not hard. It is essential to always remember that there are no right or wrong signals, only cultural differences. A lack of cultural awareness will lead to disharmony among people from different cultures and may cause offense. Resolving cultural misunderstandings can clear the air, or even lead to laughter.
__________
[1] - Adler N. J., Allison G. International Dimensions of Organizational Behavior, Cengage Learning, 2008, p. 73.
[2] - Brown S., Eisterhold J. Topics in Language and Culture for Teachers, University of Michigan Press, 2004, p. 55.
[3] - Moran, P. Teaching Culture: Perspectives in Practice, Canada, Heinle ELT, 2001, p.15.