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NENHUM NOME...



Muitos anos se passaram, mas, foi como ontem... Foi em meados de março, quando o chão ainda estava coberto de neve e havia uma geada nos galhos das árvores. Embora, havia um cheiro de primavera no ar... Lembrou-se de quase todos os minutos daquela noite, quando aconteceu... A noite que mudou a sua vida.


Coisas como essas nunca poderiam ser previstas. Como ela viveria sem ele? Como ela poderia dizer ao filho que seu pai nunca mais voltaria aqui e nunca leria um conto de fadas durante a noite? Nunca... É uma palavra terrível.


Ela costumava adormecer tarde da noite e acordar de manhã com os olhos cheios de lágrimas. Elas apareceram por conta própria quando estava pensando em sua perda. Ela viveu como em um sonho fazendo quase tudo automaticamente. Embora sua família, amigos e colegas a apoiassem naquele momento difícil, ela ainda sentia uma solidão desesperada no fundo. Ela estava vazia, sem vontade de acordar, ir ao jardim de infância ou ir ao trabalho. Nada a interessava. Ela não queria fazer nada.


Somente sua mãe e seu filho estavam bem perto dela. Este garotinho a entendeu imediatamente quando ela, com os lábios trêmulos, tentando não chorar, falou-lhe sobre o pai dele. Ele não parecia um menino, mas como um adulto a encarava seriamente.


Às vezes, ela o via em seus sonhos. Eles estavam felizes lá juntos. Tudo era como de costume. Mas era apenas um sonho noturno e as lágrimas da manhã apareceram em seus olhos novamente.


Mesmo agora, alguns anos depois, é difícil para ela pensar sobre esse período em sua vida. Mas, cada vez mais, ela pode se lembrar disso facilmente e ela se perguntou por quê. Talvez, seja porque conheceu alguém que curou seu coração e alma...



Fonte para referência:

MANDRYKO, Tatiana Chumakova. Nenhum nome... Omsk (Rússia), enviado em: 03 jun.; publicado em: 04 jun. João Lisboa: AJL, 2017. Traduzido por: José Ribeiro da Silva Júnior. Título original: No name…

 

Texto original:


NO NAME...

Many years have passed but it was like yesterday… It was in the mid-March, when the ground was still covered with snow and there was a frost on the tree branches. But there was a smell of spring in the air... She remembered almost every minute of that evening when it happened... The evening that changed her life.

Things like that could never be predicted. How would she live without him? How would she tell their son that his father would never come back here and never read a fairy tale for night? Never... It’s a terrible word.

She used to fall asleep late at night and wake up in the morning with her eyes full of tears. They appeared on their own when she was thinking about her loss. She lived as in a dream doing almost everything automatically. Although her family, friends and colleagues supported her at that difficult time she still felt a desperate loneliness deep inside. She was empty, with no wish to wake up, to go to the kindergarten or to go to work. Nothing interested her. She didn’t want to do anything.

Only her mother and her son were right close to her. This little boy understood her at once when she, with her lips trembling, trying not to cry, told him about his dad. He did not look like a little boy but as a grown-up staring at her seriously.

Sometimes she saw him in her dreams. They were happy there together. Everything was as usual. But it was only a night dream and in the morning tears appeared in her eyes again.

Even now, some years later, it is hard for her to think about that period in her life. But more and more often she can remember it easily and she wondered why. Maybe it is because she met someone who cured her heart and soul...

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